St. Pauli se firma como time mais alternativo do mundo

Um clube de futebol cujo assessor de imprensa é relacionado para um jogo de primeira divisão. Seu ex-presidente é assumidamente homossexual. Uma torcida que se declara contra o racismo, fascismo e sexismo. Um uniforme que leva o nome de uma sex shop entre os patrocinadores e com a camisa em uma cor peculiar: marrom. Um de seus símbolos é a bandeira pirata. O St. Pauli pode não lutar pelo título alemão, mas brilha por ser a equipe mais alternativa do mundo. O time, que voltou nesta temporada à primeira divisão, tenta se firmar na elite. A tarefa tem sido árdua: o St. Pauli ocupa a 13ª posição com 28 pontos, três acima da zona de rebaixamento.

O time de Hamburgo tem uma série de peculiaridades que o fizeram ganhar a simpatia de milhões de fãs não apenas na Alemanha. Em sua última “peripécia”, o St. Pauli teve um jogador especial relacionado para enfrentar o Hannover 96, no fim de fevereiro. Hauke Brückner, assessor de imprensa do clube, ficou no banco de reservas. O jornalista, de 30 anos, já havia defendido o time em dez partidas na temporada 2002/03, quando o St. Pauli estava na segunda divisão alemã.

Conheça mais algumas curiosidades sobre o St. Pauli:


EX-PRESIDENTE ASSUMIDAMENTE GAY

Corny Littman presidiu o St. Pauli entre 2002 e 2010. Diretor teatral, ele é declaradamente homossexual, o que ilustra um ponto forte do clube: seu caráter contrário a qualquer forma de discriminação. Os torcedores da equipe abominam todo tipo de racismo, sexismo, xenofobia e homofobia. Outro exemplo deste comportamento foi a remoção de um anúncio de uma revista masculina do estádio, pois foi considerado ofensivo às mulheres.


UNIFORME COM PATROCÍNIO DE SEX SHOP

A sede do St. Pauli se localiza na região de Reeperbahn, área da cidade de Hamburgo na qual se localizam boates e casas de prostituição. O clube não poderia perder a oportunidade para faturar em cima disso. A diretoria fechou um contrato com a Orion, uma das lojas de artigos eróticos mais conhecida do mundo. Para comemorar o retorno do time à primeira divisão, o sex shop fabricou 20 mil camisinhas com o escudo do St. Pauli.


UMA TORCIDA FANÁTICA E POLITIZADA

Os torcedores do St. Pauli fazem questão de exibir sua posição política, alinhada à esquerda. Estima-se que o clube tenha cerca de 11 milhões de sócios na Alemanha. A fama da equipe de Hamburgo se espalhou pelo mundo: hoje, há em torno de 500 fãs clubes do St. Pauli fora do país. A paixão da torcida também se mede no estádio. Quando o St. Pauli estava na terceira divisão, o clube tinha uma média de 15 mil torcedores por partida como mandante - contra 200 da média geral do torneio.

BANDEIRA PIRATA COMO SÍMBOLO

Force um pouco sua memória e tente se lembrar de algum time cujo uniforme tem o marrom como a cor principal. Além da peculiaridade em sua camisa, o St. Pauli tem como símbolo extraoficial a bandeira pirata. Em 2009, após marcar um gol contra o Hansa Rostock, Deniz Naki fez a festa da torcida ao fazer um sinal de que cortaria o pescoço dos adversários. A identificação com o símbolo foi completada no fim da partida, quando ele fincou uma bandeira do St. Pauli no gramado.


LIGAÇÃO PRÓXIMA ENTRE CLUBE E MÚSICA

Não seria um exagero dizer que o St. Pauli joga por música. Quando o time entra em campo no estádio Millerntor, nada de hinos; pelos alto-falantes, ouve-se Hells Bells, do AC/DC (foto). Se a equipe da casa faz um gol, a música Song#2, do Blur, anima a torcida. A ligação do clube de Hamburgo com a música vai além. Diversas bandas se mostraram simpatizantes do St. Pauli, como Bad Religion, Asian Dub Foundation e Turbonegro, e até compuseram canções sobre a equipe.

Fonte:
http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/alemao/ultimas-noticias/2011/03/10/com-assessor-jogador-e-ex-presidente-gay-st-pauli-se-firma-como-time-mais-alternativo-do-mundo.jhtm